FATALIDADE, by Roberto Costa

Fatalidade foi palavra de consenso de um grupo de inteligentes Avaianos após o jogo, teóricos amigos do Bar do Chapecó, para explicar, ao sabor de umas e outras, a derrota para o ABC. Fatalidade no entendimento de que se isenta Raul Cabral de culpa pela derrota, as substituições forçadas por contusão explicam o insucesso. Concordo. mamam

Rolava o primeiro tempo e fazíamos uma partida convincente sob a batuta do Raul. O jogo mostrava nossa superioridade e dizia que um gol era questão de tempo e se demorava a sair era em razão de nossa deficiência conhecida, a precariedade do ataque, onde a qualidade de Paulo Sérgio não dava liga com as limitações do Heber. Colocado por Paulo Sérgio cara a cara com o goleiro, Heber perdeu, desperdiçou o lance do jogo. Cabral insistiu demasiado com ele, devia tê-lo sacado no intervalo.

Sobretudo a saída de Paulo Sérgio tornou-nos um time inofensivo, sem ataque e a saída de Júlio Cesar, com a consequente substituição por Eduardo Costa fragilizaram nosso setor defensivo. Eduardo Costa precisa ser melhor observado, já não é um atleta, é antes um problema, já não é um guerreiro, mas um acomodado, um desinteressado, no ponto para o time de masters. Abuda pode ser testado..

Roberto, de pouca qualidade técnica, é um jogador que se notabilizou por ser um velocista, quando então resolvia, mas seu tempo passou. Hoje embola os lances, tropeça na bola, não é solução, é nome a ser repensado. Anderson Lopes, ou mesmo Tauã, jovens e cheios de gás e juventude, seriam opções melhores, para lutar com a defesa do ABC.

O título de Campeão Paulista conquistado pelo goleiro Vagner não o isenta de críticas, é ainda profissional em formação, precisa muito ser trabalhado, alterna lances de grande importância com equívocos fatais, como ontem. Teve grande parcela de culpa na derrota, saiu precipitadamente do gol e não achou a bola.

A saída de Tinga só se justifica por cansaço ou contusão, não creio que Raul Cabral seja cego.

Sigo defendendo a manutenção de Raul Cabral, mas que ele receba reforços, atletas jovens e interessados em vencer na profissão, e que não se sinta na obrigação de escalar figurões cansados. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Jamira Furlani