domingo, 21 de abril de 2013

A razão de Marqunhos no Avai, by Alexandre C. Aguiar

Foto: Jamira Fulani

Muitos torcedores, quando vão a um estádio, se esforçam ao máximo para não ter que entrar em campo e fazer aquela jogada que um jogador deixou de fazer, o gol perdido, o pênalti mal batido, a defesa do goleiro. É comum, no Brasil, cada torcedor ensinar como se deve fazer uma jogada.
A velha máxima de que temos 180 milhões de treinadores no futebol, – porque entendem do riscado – além de mais uma porção de simpatizantes, é verdadeira. E se nem todos gostam de futebol, todos damos palpites num jogo, ou usamos sua linguagem no dia a dia. A cultura está impregnada dele em nossas vidas. Somos torcedores, fiéis ou não, assíduos ou modinhas, entendedores ou curiosos, e fazemos parte de uma legião que, pelo menos num dia, queria estar dentro do campo.
Pois a torcida do Avaí tem o seu representante nos gramados. Dos poucos do futebol mundial moderno, cuja transitoriedade dos contratos impede que se formem vinculos. A torcida tem o seu torcedor, que pode jogar por ela. Ele sua, vibra, corre, passa, lança e faz gols por ela. O êxtase de poder estar em campo e decidir uma partida, coisa que o torcedor sonha diariamente, se faz presente. Está bem representado por seu craque: Marquinhos Santos, o Galego de Biguaçu.
E Marquinhos extrapola essa condição de craque-torcedor. Para fazer os gols que faz, as jogadas que desenha e realiza, não basta apenas o puro e simples futebol. É preciso um algo a mais, uma carga de confiança, um não-sei-o-quê de liberdade no gramado, uma dose de otimismo, de certeza, que o faz ser o craque da Ressacada.
Todos sabem que Marquinhos e o Avaí são inseparáveis. Até os quero-queros entendem essa ligação, esse quase cordão umbilical que não se desata. As idas e vindas que ocorreram são comuns e até necessárias no futebol e na vida de cada um. Mas os laços nunca foram separados.
Com Marquinhos no time, não se sofre mais com as dúvidas de se ter alguém que jogue com amor à camisa.  Nenhum gol será perdido por displiscência. Nenhuma jogada será mal feita por desconforto. Nenhuma campanha será mal planejada. Com Marquinhos no time, os outros é que tremem diante de nós. Pois se é a torcida que ganha os jogos, como bem dizem os cronicas da bola,  não há o que se temer. A torcida avaiana estará devidamente representada no campo.
Talvez tenha sido por isso que tanta gente o quiz de fora dos gramados, não jogando pelo Avaí.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e um dos colaboradores do portal Todo Esporte SC

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